Introdução ao Eclipse

Sylvia Campos, Francisco Leal, João Henrique e Paulo Borba

Centro de Informática

Universidade Federal de Pernambuco

 


1. Introdução:  

O que é um ambiente de desenvolvimento?

         Um IDE – Integrated Development Environment (Ambiente de desenvolvimento integrado) - consiste em um software que contém um conjunto de funcionalidades embutidas, cuja finalidade é prover um modo mais fácil e interativo de construir e manipular seus programas. Entre estas ferramentas geralmente figuram:

O Eclipse

  O Ambiente de desenvolvimento que escolhemos trabalhar até agora tem sido o BlueJ, que tem o propósito de ser um software pedagógico mais do que propriamente uma ferramenta que agilize tarefas e aumente a segurança e a produtividade do seu projeto. Nesta aula, aprenderemos a utilizar o Eclipse, um programa voltado para desenvolvimento tanto acadêmico quanto profissional.

  O Eclipse possui facilidades que vão desde a rápida visualização de todos os arquivos contidos no projeto até ferramentas de gerenciamento de trabalho coletivo. Além das ferramentas mencionadas no tópico anterior, o Eclipse possui:

 

2. Iniciando no Eclipse:

  Ao abrir o Eclipse 3 será exibida uma janela de boas-vindas(welcome). Feche-a.

        2.1.Criando um projeto

                

                

                

        Agora, seu projeto já está criado, mas ainda não possui nenhuma classe. Para criar uma classe:

               

           

 

3. Visão Geral do Ambiente

    O Eclipse já inicia com inovações em relação à maioria das IDEs: ele possui a funcionalidade de customização do ambiente de trabalho. Trata-se de um programa open-source, originalmente escrito para ser uma IDE versátil e possível de ser adaptada para qualquer propósito relacionado ao desenvolvimento de software, desde a produção de plug-ins para ele mesmo e/ou outros programas, passando pela integração de ferramentas ao ambiente Eclipse e culminando no desenvolvimento do software final em si. Esta adaptabilidade já começa pela estética do ambiente. Na Java Perspective (o conjunto de modificações para tornar o ambiente familiar ao desenvolvedor Java), o layout do ambiente é como na imagem abaixo:

 

     

        Esta tela, como podemos ver, não se parece nem de longe com a interface do BlueJ. Mas a esmiuçaremos frame a frame, seguindo a legenda numérica da imagem.

 

3.1 Package Explorer (1)

    O Package Explorer é um visualizador simples e elegante dos seus projetos. Um projeto representa toda a estrutura do seu programa, armazenando os arquivos-fonte (.java), os bytecodes (.class), as configurações gerais do ambiente para o projeto, eventuais arquivos de backup e outros arquivos inerentes ao escopo do programa (por exemplo, quaisquer possíveis imagens relacionadas ao projeto).

    A navegação é semelhante à do Windows Explorer, bastante intuitiva e respeitando a hierarquia do projeto, com a qual ficaremos mais familiarizados com a prática, ao longo do desenvolvimento do projeto.

 

3.2 Editor de Texto (2)

    O editor de textos do Eclipse, assim como o do BlueJ, ConText e outros, denota as palavras-chave de Java™ em letras destacadas para facilitar a leitura do código.  

   No entanto, este é uma das funcionalidades mais triviais desta ferramenta, como veremos a seguir. Suponha que estejamos escrevendo o método “transferir” da classe Conta, bastante conhecida por nós. Este método é composto de uma chamada ao método “debitar” e outra chamada ao método “creditar”, como podemos ver abaixo.

       

    Durante a implementação deste método, quando digitarmos o nome de alguma variável que denote um objeto e o ponto para chamada de método, o editor de textos do Eclipse nos mostrará uma janela com uma relação completa de todos os métodos e atributos que este objeto pode acessar em seu contexto, e a medida em que escrevermos as letras, ele filtrará tudo o que puder ir sendo descartado, como ilustra a imagem abaixo.

       

    Uma grande funcionalidade das principais IDEs atuais é a detecção de erros de compilação em tempo de implementação. O editor de textos do Eclipse, ao perceber um erro de sintaxe (e até alguns poucos erros de lógica), imediatamente marca em vermelho o trecho que ele supõe estar errado, além de indicar as possíveis causas do erro e sugerir algumas soluções. Como podemos ver na figura abaixo, ele sublinha o trecho e errado e marca as linhas que apresentam problema de sintaxe no lado direito da janela:

   Ele também separa os trechos de código contido entre chaves, no lado esquerdo da janela, em azul. Podemos clicar nos triângulos azuis para exibir/esconder trechos entre chaves, facilitando a visualização do arquivo e sua navegação.

   Por último, o editor do eclipse nos poupa bastante tempo de pesquisa em documentação de classes nas APIs das mesmas com um recurso muito simples e interessante. Ao mantermos o mouse por cima de nomes de classe ou métodos, uma caixa de texto aparecerá na tela com toda a documentação da classe / método em questão. Ex:

 

3.3 Console (3)

    O Eclipse, assim como o BlueJ, oferece um terminal de console para a entrada de dados do teclado pela stream de entrada padrão e a saída de dados que o programa escreve na stream de saída padrão, exatamente como estamos habituados no BlueJ ou usando o JDK.

 

3.4 Outline (4)   

    A janela Outline funciona semelhantemente ao Package Explorer, sendo que voltada para a estrutura interna do seu arquivo .java - frequentemente a sua classe. Como podemos observar, existem ícones diferentes para cada parte do arquivo.

 

4 .Compilando e executando programas com o Eclipse

 

                

A classe que contém o main que deverá ser executado inicialmente é especificada em "Main class". Você pode especificar argumentos para a execução(o famoso String[] args), para a máquina virtual, configurar o classpath, etc.

A partir da primeira vez que você configurar uma rotina de execução, basta clicar no botão Run na barra de ferramentas ou utilizar o atalho Ctrl+F11 para rodar o programa.

 

5. Adicionando Bibliotecas à projetos no Eclipse

    Para adicionar uma biblioteca externa ao projeto, clique com o botão direito sobre a pasta do projeto no Package Explorer e selecione a opção Properties. A seguinte janela surgirá:

                                   

 

6. Importando/Exportando arquivos ao seu projeto

1.      Para importar arquivos no seu projeto:

·        Clique em File > Import > File system. Na janela que aparecerá, simplesmente selecione a pasta de onde virão os arquivos a serem importados. Uma lista dos arquivos importáveis aparecerá. Marque os que você deseja importar ao projeto e no campo "Into Folder" selecione em que pasta os arquivos devem ser copiados.

Na figura acima estamos para importar o arquivo Console.java no nosso projeto, portanto poderemos passar a usá-lo quando clicarmos em "Finish"

2.      Para importar projetos no seu Workspace:

·        Clique em File > Import > External project into workspace. Especifique o caminho do projeto a ser importado. O nome do projeto deve aparecer logo acima do seu caminho.

 

OBS.: Perceba que o Import external project into workspace não copia o projeto para o Workspace, ele apenas cria um projeto que referencia o projeto importado.

 

7. Depurando (debugging) programas com o Eclipse

   

   Quando um programa, não esta funcionando corretamente você precisa corrigi-lo(depurá-lo). O Eclipse oferece um depurador para auxiliá-lo na correção do programa. Com esse depurador você pode acompanhar passo a passo seu programa para ver se ele esta funcionando da maneira esperada.

    Perceba que o layout das janelas será alterado após o início da depuração(talvez ele peça primeiro uma confirmação). Isso se deve à versatilidade do Eclipse e ao conceito de Perspectivas (perspectives) visto no início do roteiro. Quando desejamos depurar um programa, o Eclipse automaticamente troca da Java Perspective para a Debug Perspective, que muda totalmente o layout do programa para adaptá-lo às necessidades em tempo de depuração.

       

    Repare que quando código chegar no Break-Point o programa pára de executar.

 

Em (1) temos uma relação dos processos em execução e os encerrados no momento;

Em (2) temos a relação das variáveis do programa, cada uma com o valor contido nela no momento do Break-Point;

Em (3), temos a tela normal do editor de texto;

Em (4) temos a tela normal do outline;

Em (5) temos o terminal normal de Console.

    A partir da pausa na execução do programa, podemos andar passo-a-passo ao longo da execução do programa, observando a cada passo o que acontece com os valores das variáveis. Temos três funções para “andar” pelo código:

    Como exemplo, vamos depurar a classe Conta:

    Para concluir, vamos depurar a classe Cliente:

A gerência das configurações de debug é bastante similar à de execução, sendo acessada em Run > Debug...

 

8. Exercícios de fixação

 

1. Digite a classe Hora, conforme visto na lista de exercícios, e compile-a;

2. Escreva um programa no Eclipse que lê 3 números reais do teclado e imprime o maior deles;

3. Altere este programa para que ele imprima também a soma e a média aritmética dos 3 números.