A questão central dos
meus estudos dos últimos 12 meses foi a eliminação de hiperimaginãrios (EdH)
nas teorias simples. EdH é o problema aberto mais importante na
investigação
das teorias simples. Até agora foi encontrada uma resposta positiva a esta
questão somente para a subclasse das teorias supersimples [3].
Seja d uma seqüência
contável de imaginários. Um hiperimaginário d/E é uma classe de uma relação de
equivalência E tipo-definível sobre o conjunto vazio. Cada elemento real, cada
elemento imaginário e cada seqüência de tais elementos pode ser considerado
como um hiperimaginário. Se numa teoria T cada hiperimaginário é equivalente a
uma seqüência de imaginários (isto é cada
isomorfismo do modelo monstro de T fixa o hiperimaginário se e somente
se fixa a seqüência de imaginários)
então dizemos que T tem (ou permite) EdH.
A generalização
adequada do tipo estacionário em teorias estáveis para teorias simples é o
conceito da base de amalgamação. Isto é um tipo para qual o teorema da
independência é válido. Bases canônicas de bases de amalgamação em teorias
simples não são a priori conjuntos de imaginários como nas teorias estáveis,
mas aparecem agora como hiperimaginários. Este fenômeno requer o desenvolvimento
de uma teoria de hiperimaginários. Mas a esperança é achar condições que
permitem EdH. Neste caso é possível tratar bases canônicas como seqüências de
imaginários, do mesmo jeito como nas teorias estáveis. Isto quer dizer que em
primeiro lugar se estuda a teoria dos hiperimaginários para depois eliminá-los,
se isso for possível.
Outra importante
conseqüência da EdH é a igualdade de tipos fortes de Lascar e tipos fortes
(Lstp=stp). Se A e’ um conjunto de hiperimaginarios entao Lstp(x/A)=tp(x/bdd(A))
onde bdd(A) (bounded closure) e’ o conjunto de todos os hiperimaginarios com
orbita limitada sob automorphismos que fixam A. (E’ importante esclarecer o
conceito de um tipo sobre um conjunto de hiperimaginarios, veja-se por ex. [3],
[9] ou [12].) Cada imaginario em bdd(A) esta’ por compaccidade no fecho
algébrico de A (acl(A)). De EdH segue-se Lstp(a/A)=stp(a/A) (=tp(a/A). Isto
tem importancia particularmente para algumas teoremas de amalgamacao de tipos
(teorema de independencia para tipos fortes de Lascar). No caso Lstp=stp cada
tipo completo p sobre A=acl(A) e’ uma base de amalgamacao, isto e’ se B,C
conteem A, e C e’ independente de B sobre A e q e r sao tipos completos e
extensoes nao-forking de p sobre B e C respectivamente entao a uniao de q e r
e’ consistente e nao forks sobre A. Deste modo se obtem informacoes adicionais
sobre extensoes nao-forking de um tipo. [1]
Resultados
fundamentais da teoria de hiperimaginarios encontram-se em [9]. Alem disso
estudei material nao publicado de Casanovas neste contexto. Mais dificil, mas
de grande importancia para o meu trabalho era a compreensao de [3]. Este artigo
esta’ escrito numa forma bastante densa e contem um montao de ferramentas e
tecnicas novas. As fontes [1] e [12] ajudaram-me de entende-las. Varios erros
em [3] nao facilitaram os estudos.
[3] representa um
significante progresso na pesquisa internacional das teorias simples.
Atualmente ha’ tentativas de generalizar os metodos deste trabalho para outras
subclasses de teorias simples ou seja demostrar EdH para estas subclasses. Este
problema e’ considerado como muito dificil.
Uma aproximacao as
questoes EdH e Lstp=stp foi realizado pelo estudo de certas relacoes de
equivalencia que se pode investigar em cualquer teoria (completa com modelos infinitos):
EL(a,b) « E(a,b) para cada realcao de equivalencia
invariante e limitada E
EKP(a,b) « E(a,b) para cada relacao de equivalencia
tipo-definivel sobre o conjunto vacio e
limtitada E
ES(a,b) « E(a,b) para cada realcao de equivalencia
definivel e finita E
(As letras “L”, “KP”,
“S” referem-se aos nomes de Lascar, Kim+Pillay e Shelah respectivamente.)
Obtemos os seguintes
resultados:
[1] Parece que ainda nao existe nenhuma
terminologia padrao no portugues para varias nocoes da teoria da simplicidade e
estabilidade. Por isto recorremos em alguns casos as nocoes em ingles ou as
misturamos com o portugues se isso nos parece conveniente (forking,
nao-forking, … ). E’ de esperar que no futuro uma divulgacao dos estudos desta
area melhore esta situacao.