A Fábrica de Empresas: a Experiência Geração de Novos Empreendimentos em Pernambuco
Fabio Q. B. da Silva
Departamento de Informática - UFPE
Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife – CESAR
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Fernando Celso Dolabela Chagas
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Resumo

Este artigo descreve a experiência de geração de empresas na área de tecnologia da informação que está sendo desenvolvida há quatro anos em Recife, Pernambuco. Esta experiência tem obtido êxito devido à existência de um contexto local favorável, ou seja, um ecossistema composto de um centro de excelência em pesquisa e formação de recursos humanos, um núcleo do Programa SOFTEX, incubadoras de empresas de base tecnológica e o apoio das lideranças locais através de um Programa Estadual de Incubação. Neste contexto, foi definido e implantado pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife - CESAR, um processo de geração de empresas, apoiado no ensino de empreendedorismo, cuja meta é criar 100 novas empresas até o ano 2000.

Palavras-chave: empreendedorismo; geração de empresas; tecnologias da informação.

1. Introdução

A armazenagem e a transmissão da informação e a sua transformação em conhecimento, cultura e arte formam a base de uma revolução econômica e social cujos efeitos, no final do século XX, estão sendo comparados aos da Revolução Industrial. Devido a avanços profundos nas tecnologias da informação e a existência de uma infra-estrutura mundial de comunicação, o acesso às redes mundiais, deixou de ser domínio de poucos cientistas para penetrar no dia-a-dia das empresas e do cidadão comum. Hoje, a Sociedade Global da Informação é uma realidade tangível e tem provocado mudanças rápidas e radicais nos processos comerciais e industriais em todo o mundo.

Neste cenário, surgiu um novo consumidor que demanda qualidade e eficiência mundial de seus fornecedores. Por isso, as empresas se vêem obrigadas a inovar continuamente seus processos de produção, seus serviços e o contato com clientes promovendo vendas diretas, distribuição eficiente e marketing econômico e interativo. Estas empresas, mesmo quando atuam somente no mercado local, devem ser capazes de competir em qualquer mercado.

Com a Sociedade da Informação, apareceram as empresas classe mundial [3]. Segundo Kanter, os empreendedores destas empresas são ricos em três ativos principais: conhecimentos avançados e especializados; competência para operar segundo os mais altos padrões de qualidade; acesso a recursos em todo o mundo através de conexões globais. Empresas classe mundial obtém sucesso em uma economia cada vez mais competitiva pois se tornam elos essenciais nas cadeias de negócios globais. São empresas com este perfil que irão colocar o país na vanguarda da economia mundial.

Empresas classe mundial devem ser o alvo das incubadoras e parques tecnológicos brasileiros e sua criação deve ser a principal meta das iniciativas públicas e privadas de criação de empresas de base tecnológica. Neste artigo é descrito um modelo de geração de empresas definido e implementado pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife – CESAR, que vem, desde 1993, produzindo empresas classe mundial em tecnologia da informação em Pernambuco. O sucesso deste modelo deve-se a existência de um ecossistema de inovação e negócio em tecnologia da informação que vem sendo construído ao longo dos anos em Recife.

A Seção 2 descreve o ecossistema em questão, além de fornecer um modelo conceitual para caracterizar os participantes deste sistema. A Seção 3 apresenta o modelo de geração de empreendimentos chamado de Fábrica de Empresas. A Seção 4 mostra os resultados e o impacto sócio-econômico da implementação do modelo. Finalmente, a Seção 5 apresenta uma projeção dos resultados esperados para o futuro e algumas conclusões.

2. Um Ecossistema de Inovação e Negócios em Tecnologia da Informação

O surgimento de empresas classe mundial transformou o conceito de competição [5]. Tradicionalmente, a melhoria de produtos e processos de produção era suficiente para uma empresa obter vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Em virtude da globalização e da exigência de padrões mundiais de qualidade que dela decorre, o contexto onde a empresa opera passa a ser decisivo na sua capacidade de competir. Ou seja, num contexto econômico em decadência uma empresa dificilmente conseguirá prosperar mesmo investindo na melhoria do processo produtivo. De fato, este investimento em um contexto desfavorável pode inclusive acelerar o declínio da empresa.

Dentro desta nova visão de competição, as batalhas competitivas são travadas entre redes de empresas com alcance global. Nestas batalhas, as atividades econômicas locais devem ter padrão mundial de qualidade e o papel das comunidades locais é de se transformar em um elo essencial nas cadeias mundiais. Portanto, para que a economia de um estado como Pernambuco possa se inserir de forma significativa na economia mundial é necessário identificar os setores econômicos que podem vir a ser elos essenciais na economia mundial e que estejam inseridos em um contexto favorável ao seu desenvolvimento.

Dados da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco mostram que 60% do PIB do Estado vem do setor terciário (comércio e serviços), contra 25% da indústria e 15% da agricultura. Dentro do setor terciário, o setor de comunicações e tecnologia da informação é responsável por 10% do PIB total do Estado, ou seja, 1,3 bilhões de reais em 1996. Estes dados mostram também que a participação percentual da "indústria da informação" vem aumentando ao longo dos anos e esta tendência deve continuar. Assim, este setor da economia poderá ser um dos principais vetores de desenvolvimento do Estado no futuro.

Neste contexto, existem duas situações possíveis para a indústria local de tecnologia da informação. Na primeira, a indústria local não se organiza e não se prepara para a competição em escala global, caso em que empresas externas irão invadir o mercado local. Na segunda, é criado um ecossistema local de negócios e inovação composto de empresas, consumidores e concorrentes classe mundial, levando a indústria local para uma situação de competitividade sistêmica onde as trocas com o ambiente externo passam a ser vantajosas para o Estado.

Olhando para este cenário e projetando o futuro onde a segunda situação se realizasse, parte da comunidade científica e alguns empresários locais, liderados pelo Departamento de Informática da UFPE, iniciaram no final da década de 80 a construção das condições ambientais para o surgimento de um ecossistema de empresas de tecnologia da informação classe mundial. Várias ações, algumas provocadas outras expontâneas, criaram nos últimos 10 anos os produtores, consumidores, fornecedores e catalisadores locais da indústria de tecnologia da informação. Gradualmente, estes atores passaram a atuar unidos por uma visão compartilhada de futuro: transformar Pernambuco em um dos principais pólos mundiais da indústria de tecnologia da informação.

Assim, no início da década de 90 foi criado o Programa de Incubação do Estado e a Incubadora de Base Tecnológica do ITEP (INCUBATEP), que abrigou diversas empresas de tecnologia da informação. Em 1992, uma ação envolvendo o Governo Federal, a UFPE, a Prefeitura Municipal e empresários instalou o Núcleo do Programa SOFTEX no Recife, cujo objetivo é fomentar o surgimento e fortalecimento de empresas de software que possam competir no mercado externo. Este núcleo, em 1995, transformou-se em uma incubadora de empresas de software.

Em 1993, professores do Departamento de Informática da UFPE criaram o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, CESAR [1], que é uma sociedade sem fins lucrativos dedicada à transferência auto-sustentada de conhecimento entre a sociedade e a Universidade. O CESAR desenvolve projetos com empresas, fornece consultoria e treinamento em tecnologia da informação e estimula o processo de criação de novos empreendimentos através do ensino de empreendedorismo e incubação.

A participação ativa do setor privado pode ser percebida com a criação, em 1995, do Centro de Inovação e Negócios – CIN, que é uma pós-incubadora privada que complementa a ação das incubadoras, fornecendo infra-estrutura para empresas quando estas alcançam o estágio de desincubação. Além disso, o capital necessário para o crescimento das empresas e sua inserção no mercado externo deu os primeiros passos através da empresa de capital de risco Pernambuco SA, que em 1995 e 1996 financiou duas empresas de software que fazem parte deste ecossistema.

Em 1995, o DI-UFPE, devido a sua experiência na montagem do CESAR, foi contratado pela Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software – SOFTEX, para coordenar o projeto de Geração de Novos Empreendimentos em Software, Informação e Serviços – GENESIS. O objetivo do GENESIS é instalar e operar centros de geração de empresas em universidades em todo o país que, a exemplo do CESAR, irão fomentar o surgimento de novos empreendimentos classe mundial em tecnologia da informação. Em 1996, o DI-UFPE participou de uma competição nacional para instalação de um centro do projeto GENESIS e assim surgiu o Recife BEAT – Base de Empreendimentos de Alta Tecnologia, que atua diretamente entre alunos e recém-graduados, fornecendo suporte conceitual e financiamento para a montagem de novas empresas.

Desta forma, apoiado no perfil da economia estadual fortemente baseada no setor de comércio e serviços, foi criado nos últimos 10 anos em Pernambuco um contexto favorável ao desenvolvimento de uma indústria de comunicações e tecnologia da informação capaz de transformar-se em um pólo mundial de produção e exportação de produtos e serviços. A Figura 1 descreve as relações entre os diversos atores neste contexto. Na figura, estes atores estão organizados em duas dimensões. Na primeira, existem produtores, consumidores e catalisadores. Na segunda, estão o conhecimento, a competência e as conexões, que definem o conceito de classe mundial. Desta forma, por exemplo, o DI-UFPE é um produtor de conhecimento, enquanto o Núcleo do SOFTEX de Recife é um catalisador de conexões internacionais.

A Figura 1 mostra que o processo de incubação e inovação envolve a interação entre geração e apropriação de conhecimento, criação e utilização de conexões globais e desenvolvimento de competência empresarial. Neste processo, o alvo são as empresas incubadas que interagem com produtores e catalisadores destes três ativos completando o núcleo do ecossistema. Existem, portanto, os elementos necessários em Pernambuco à formação deste núcleo: um centro de excelência nacional em tecnologia da informação (o DI-UFPE), um núcleo especializado em exportação de software (Softex Recife), entidades de apoio a formação e estruturação empresarial (SEBRAE, CESAR, CIN, etc.), capital de risco (Pernambuco S/A) e um programa de incubação baseado em cinco entidades de perfis complementares.

Vários outros atores são essenciais ao ambiente. A análise completa do ecossistema deve incluir empresas que atuam no mercado e estão fora da incubação, concorrentes externos, canais de distribuição e clientes. A inclusão de todos estes atores tornaria este artigo muito longo e foram propositalmente excluídos para deixar o foco centrado no processo de geração de empresas

Três outros aspectos fazem parte da figura e são importantes no processo de geração de empresas. Primeiro, a existência de legislação específica para o setor que incentive o surgimento de empresas e a transferência de tecnologia e capacitação gerencial. No caso da indústria de informática, a Lei Federal 8248/91 é o instrumento que tem viabilizado o aumento da qualidade e quantidade de conhecimento produzido na área, bem como sua transferência e aproveitamento pelo setor empresarial. Segundo, agências de fomento que financiem a melhoria da qualificação dos recursos humanos das empresas e dos produtores de conhecimento. No caso de Pernambuco, a FACEPE, Fundação Estadual de Amparo a Ciência e Tecnologia, tem procurado cumprir este papel em cooperação com órgãos federais como o CNPq e a FINEP. Por fim, a necessidade do envolvimento das lideranças empresariais e políticas para definir e implementar programas de desenvolvimento arrojados para o Estado. As ações dos governos Municipal e Estadual para a criação de um pólo de software no Recife é uma demonstração clara do envolvimento das lideranças estaduais na criação e manutenção deste ecossistema.

Portanto, fica claro que existe em Pernambuco um contexto favorável ao estabelecimento e crescimento de uma indústria de tecnologia da informação de qualidade mundial. Esta indústria, devido ao perfil econômico do Estado, deverá ser o principal vetor de desenvolvimento econômico no futuro. Porém, o ecossistema ainda não está completo e ações estão sendo tomadas para completar a figura. Uma delas é a criação de novas empresas em grande quantidade e que possuam a qualidade mundial necessária. O processo de criação de novos empreendimentos é descrito na próxima seção.

3. Uma Fábrica de Empresas

O processo de geração de novos empreendimentos em tecnologia da informação vem sendo estudado no CESAR desde 1993. O modelo inicial, baseado no Projeto TOP [4] da Universidade de Twente na Holanda, era composto de dois estágios: capacitação e consolidação. No primeiro estágio, jovens empreendedores recebiam treinamento e consultoria para a elaboração de um plano de negócio e um projeto de desenvolvimento de um produto. No segundo estágio, de posse do plano de negócio e do projeto de desenvolvimento e com a empresa juridicamente estabelecida, o empreendedor entrava na fase de incubação propriamente dita, que durava no máximo 18 meses. Este primeiro modelo foi aplicado a duas empresas, que hoje estão atuando no mercado local e no exterior e continuam instaladas no CESAR, porém não mais dentro do programa de incubação.

A despeito do relativo sucesso das duas empresas geradas inicialmente, este modelo se mostrou incompleto e sofreu uma série de modificações para incluir diversas etapas: geração da idéia, treinamento empresarial, consultoria técnica e empresarial, pré-incubação, incubação, desincubação, avaliação do negócio e investimento de capital de risco e pós-incubação. Com estas modificações, o modelo de criação de empresas passou a ser chamado de Fábrica de Empresas e é hoje responsável pelo surgimento de 11 novos empreendimento, sendo que 9 deles nos últimos 18 meses.

A Fábrica de Empresa funciona como um pipeline de múltiplas entradas e saídas, com os seguintes estágios:

As fases de capacitação e consolidação empresarial fornecem marcos de revisão para a avaliação da evolução do empreendedor. Claramente, a seqüência não precisa ser linear e nem existe a necessidade de duração de 6 meses em cada uma delas. O jovem empreendedor pode tentar passar para a próxima fase em qualquer momento, desde que esteja apto para tal. Até esta fase, o empreendedor não recebe financiamento direto, somente incentivo na forma de infra-estrutura de laboratório e consultoria. A Figura 2 mostra o processo de geração de empresas, mostrando os atores do ecossistema de inovação e negócios responsáveis em cada fase. Estas responsabilidades demonstram a necessidade da existência de cada um dos atores discutidos na seção anterior.

4. Resultados e Impacto Social

O processo de geração de empresas de tecnologia da informação iniciou-se em 1993 no DI-UFPE de forma experimental. Até 1995, este processo foi executado sem a indução explicita que foi descrita na seção anterior. Em 1996, o DI-UFPE iniciou oficialmente o ensino de empreendedorismo no seu curso de graduação em Ciência da Computação. Desde então, a Fábrica de Empresas tem produzido novos empreendimentos sistematicamente todos os semestres. A Tabela 1 mostra a evolução do processo de criação de empresas de 1993 a 1997. O faturamento de 1997 é o projetado até o final do ano.

O processo de geração de empresas custa em média R$ 36.000 por empresa ao longo de todo o processo na Fábrica de Software, ou seja, em torno de R$ 12.000 por empresa por ano desde a concepção do negócio até a fase de pós-incubação. Em um contexto muito mais favorável, onde a disponibilidade de capital de risco é muito maior, o projeto TOP da Univesidade de Twente gastou no início da sua execução em torno de R$ 25.000 para gerar cada empresa.
 

Tabela 1: Processo de Criação de Empresas entre 1993 e 1997
Ano Empresas Empregos Gerados Faturamento Bruto (anual) R$ 1.000 Produtos Desenvolvidos
1993
2
3
N.D.
2
1994
2
3
N.D.
2
1995
3
5
130
3
1996
6
35
319
6
1997
11
57
492
17
 

Em termos de resultados numéricos, o Projeto TOP ao longo de 13 anos de funcionamento gerou 132 novas empresas. O projeto da Fábrica de Empresas deve ultrapassar este número em cinco anos de funcionamento.

5. Conclusões e Projeções para o Futuro

Este artigo descreveu um processo de criação de novos empreendimentos em tecnologia da informação que foi criado pelo Departamento de Informática da UFPE com a parceria de várias instituições do Estado de Pernambuco e hoje é executado pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife. Este processo, chamado de Fábrica de Empresas, gerou 11 novos empreendimentos a partir de alunos e recém graduados ou pós-graduados do DI-UFPE nos últimos 4 anos, criando 51 novos empregos e um faturamento anual projetado para 1997 de quase meio milhão de reais.

Existem pelo menos mais 5 empresas que iniciarão atividades a partir de julho 1997. O planejamento da Fábrica é produzir 20 novas empresas em 1998, 30 em 1999 e 35 no ano 2000, atingindo a meta de 100 novas empresas até o final do milênio. Para que estes números se concretizem, três ações estão sendo tomadas. Primeiro, o Departamento de Informática da UFPE irá aumentar o número de vagas de graduação para 80 em 1998. Segundo, outras instituições de ensino serão envolvidas no processo, contribuindo com a sua capacidade de formação de recursos humanos. Finalmente, o Programa de Incubação do Estado irá ampliar o espaço físico das incubadoras em Recife para abrigar os novos empreendimentos que serão criados.

Ao se realizar tais objetivos, será criado um novo parque industrial gerador de milhares de empregos nobres; a economia será mais competitiva e crescerá através do comércio internacional; e será possível construir uma sociedade mais rica, democrática e detentora de um bem estar social duradouro. A Fábrica de Empresas do DI-UFPE/CESAR é um passo essencial nesta direção.

Agradecimentos

O autor gostaria de agradecer a Ismar Kaufman, Secretário Executivo do CESAR, por comentários sobre a primeira versão deste artigo e por várias discussões sobre os conceitos aqui expostos. O autor recebe bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq.

Bibliografia

 
[1][2] Fernado C. Dolabela Chagas e Fabio Q. B. da Silva. University teaching of the setting up of businesses in the area of software. The discipline: `New Venture Creation in Software` from the programme SoftEx 2000. Anais do 42nd ICSB World Conference, San Francisco, CA, junho de 1997.
[3] R. M. Kanter. World Class. Simon & Schuster, 1995.
[4] J. A. Kobus e D. van Barneveld. Spin-Off Projects in Twente. Anais da Conferência Technology Transfer Practice in Europe. Hannover, abril de 1994.
[5] J. F. Moore. The Death of Competition: Leadership and Strategy in the Age of Business Ecosystems. HarperCollins Publishers,1996.