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Fapesp investe R$ 5 milhões/ano na inovação tecnológica de empresas
Com recursos na ordem de R$ 5 milhões por ano e a tônica de que nenhuma economia se sustenta sem as pequenas e médias empresas, nem se pode aguardar por desenvolvimento econômico sem que haja, paralelamente, desenvolvimento científico e tecnológico, a Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - deu início, há cerca de um ano, ao Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas - PIPE.
A idéia, pioneira na entidade, visa financiar pesquisa nas pequenas empresas paulistas de base tecnológica para desenvolvimento de produtos ou melhoria dos processos de produção. "A iniciativa é uma novidade auspiciosa na história da Fundação, por ser a primeira que se distancia um pouco do meio acadêmico e aplica recursos diretamente na empresa de pequeno porte. O que não significa a redução do apoio à pesquisa acadêmica, mas o reconhecimento que o investimento em ciência precisa levar ao desenvolvimento econômico e social", explica o presidente do Conselho Superior da Fapesp - Carlos Henrique de Brito Cruz.
A entidade acredita que o resultado da equação só é positivo se obedecer os seguintes critérios: empresa + desenvolvimento tecnológico = competitividade, lucro, emprego de cientistas e engenheiros, sempre gerando conhecimento. E para provar que o cálculo é mais do que preciso, o ministro da Ciência e Tecnologia, José Israel Vargas, é quem explica a linha de raciocínio: "As pequenas e médias empresas compõem o ramo do setor empresarial mais aberto à promoção e à utilização de inovações. Infelizmente, por falta de recursos para investir em desenvolvimento, o índice de mortalidade delas, especialmente das micro e pequenas é muito elevado: cerca de 80% fecham as portas antes de completar um ano". E acrescenta:" A sobrevivência da empresa depende da sua competitividade fundamentada no desenvolvimento de sua capacidade gerencial e, sobretudo, da sua capacidade de inovar".
Entre os projetos aprovados, dois são de empresas ligadas à informática. Além desses, mais quatro, direcionados ao setor, estão sendo analisados. "É crescente a participação da área de informática no PIPE. Afinal, ela é uma das ferramentas de trabalho indispensáveis aos vários segmentos da societade. É um setor de ponta, no qual a inovação ocorre de maneira bastante rápida e acentuada", enfatiza o diretor-presidente da Fapesp, Francisco Romeu Landi.
O Programa- O acesso ao financiamento acontece a partir de algumas normas. A empresa deve estar sediada em São Paulo e ter até 100 empregados. Também precisa possuir um pesquisador vinculado à ela (pode ser funcionário ou proprietário).
Vencidos os requisitos básicos à participação, o interessado apresenta um projeto que, depois de aprovado, será desenvolvido em três fases. Na primeira, que tem duração de seis meses, são liberados R$ 50 mil - para a realização de pesquisas sobre a viabilidade técnica da proposta. Em seguida, são liberados mais R$ 200 mil ao desenvolvimento da pesquisa, que poderá durar até dois anos. No terceiro e último passo - desenvolvimento dos novos produtos - não recebe financiamento da Fapesp. A entidade passa a ser intermediária para a obtenção de apoio financeiro aos projetos. Para garantir a ajuda, a entidade assinou convênios com a Finep - Financiadora de Estudos e Projetos e o Sebrae/SP.
Atualmente, o programa conta com 30 projetos que receberam investimentos iniciais de R$ 1,24 milhão. Há, ainda, 25 propostas contratadas na linha de Desenvolvimento Tecnológico em Parceria entre Universidade e Empresa e mais outras 50 , resultantes da seg unda rodada de inscrições, em novembro/97. Novas seleções acontecerão em 30/06 e 30/11. Outras informações podem se obtidas através do endereço: http://www.fapesp.br