Uma das coisas que influem decisivamente no arrefecimento das manifestações da cultura popular são as condições sócio-econômicas. Em todo o mundo o artista popular é sempre pobre, marginalizado e encara a arte como uma atividade lúdica, sem nenhum
a preocupação em tirar dela a sua subsistência. "Se falta dinheiro para comprar comida, é claro que também vai faltar para a "brincadeira". Por mais baratos que sejam os acessórios eles não conseguem vestir o Pastoril, o Bumba-meu-boi, a Chegança", diz Ca
marotti. Segundo o pesquisador, nos últimos anos muitos grupos tradicionais deixaram de se expressar artisticamente. "Isso não quer dizer que eles tenham perdido a sua identidade cultural. O problema se resume à falta de condições materiais. Sanado isso,
eles retomam o brinquedo com o mesmo empenho e dedicação", garante. Como exemplo relata um fato ocorrido em 89. Na ocasião a Prefeitura da Cidade do Recife financiou o Fandango do Mestre Honório, há muitos anos desativado. "De posse dos novos figurinos e
instrumentos musicais o que se viu foi um ressurgimento com o maior entusiasmo e alegria", depõe.
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