RESISTINDO ÀS CRISES


Uma das coisas que influem decisivamente no arrefecimento das manifestações da cultura popular são as condições sócio-econômicas. Em todo o mundo o artista popular é sempre pobre, marginalizado e encara a arte como uma atividade lúdica, sem nenhum a preocupação em tirar dela a sua subsistência. "Se falta dinheiro para comprar comida, é claro que também vai faltar para a "brincadeira". Por mais baratos que sejam os acessórios eles não conseguem vestir o Pastoril, o Bumba-meu-boi, a Chegança", diz Ca marotti. Segundo o pesquisador, nos últimos anos muitos grupos tradicionais deixaram de se expressar artisticamente. "Isso não quer dizer que eles tenham perdido a sua identidade cultural. O problema se resume à falta de condições materiais. Sanado isso, eles retomam o brinquedo com o mesmo empenho e dedicação", garante. Como exemplo relata um fato ocorrido em 89. Na ocasião a Prefeitura da Cidade do Recife financiou o Fandango do Mestre Honório, há muitos anos desativado. "De posse dos novos figurinos e instrumentos musicais o que se viu foi um ressurgimento com o maior entusiasmo e alegria", depõe.
Ricardo Bigi de Aquino
A Dança dos Arcos do Bumba-meu-boi do Mestre Salustiano: ameaçada pela crise
Estas e outras questões relativas ao teatro do povo do Nordeste, Marco Camarotti teve oportunidade de discutir no Simpósio Internacional de Teatro Latino e Íbero-Americano onde proferiu uma palestra. O evento, que aconteceu em Washington-DC de 30 de maio a 01 de junho de 96, foi promovido pela Catholic University of América e o CELCIT - Centro Latino Americano de Criação e Investigação Teatral.


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